sábado, 28 de fevereiro de 2009

COMUNICADO

Todos os alunos devem comparecer na secretaria acadêmica até o dia 02/03/09 (segunda-feira) para assinar os termos de compromisso de estágio, tendo em vista que sem a assinatura do mesmo não será possível a permanência dos alunos nos referidos estágios.
Retirar também Carteirinha de estudante da unicastelo(Não são aquelas que que usamos para entrar na sta casa.

Grupo de alunos Estágio Saúde Coletiva I, III e IVReunião segunda-feira dia 02 de março de 2009 às 7h, com a supervisora Profa Ilda na Unidade de Saúde da Família Américo Possari, endereço: Rua Rubens Padilha Meato, nº 923, Jardim Paraíso, Fernandópolis, SP. Telefone: (17) 34633354.

Observação: Esses comunicado foram mandados para tdos os e-mails( teoricamente), como mtos não receberam estou postando aqui. Sinceramente não entendo esses comunicados "importantes" feitos pela secretaria. Se é tão importante pq não mandam com uma antecipação maior e, também certificar que todos receberam ( a maioria não sabia disso).
Fui até a secretaria reclamar, porém já sabem né... Portanto acho que tdos devem ligar lá e exigir que seja mandado esses comunicados em seus e-mails.
Independentemente disso colocarei aqui no nosso Blog Também.

Wes.




CONTATOS: Ariovânia M. SilveiraSec. Internato3463-1390

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Doutores: Carnaval... O que é Lança Perfume?




Lança-perfume é um solvente que combina éter, clorofórmio, cloreto de etila e uma essência perfumada. É encontrado na forma líquida embalado em tubos sob pressão e dessa forma, podendo ser inalado.
Foi proibido no Brasil na década de 60 quando passou de brincadeira de carnaval à inalante. Antigamente usavam o lança-perfume no carnaval para borrifar nos foliões trazendo uma sensação fria, agradável e perfumada,mas quando foram registradas várias mortes por parada cardíaca ocorrida pela inalação do produto, foi proibido.
O efeito da droga é bem rápido variando de segundos a minutos no máximo e isso leva o usuário a inalar várias vezes consecutivas. Causa euforia, animação, excitação, tontura, perturbações auditivas e visuais, depressão do cérebro, confusão, desorientação, voz pastosa, visão embaraçada, perda de autocontrole, dor de cabeça, palidez, incoordenação ocular e motora, processos alucinatórios, surtos, convulsões, parada cardíaca e respiratória e óbito. Mesmo seu uso mínimo é perigoso, pois sensibiliza o coração à adrenalina que faz os batimentos cardíacos aumentarem consideravelmente podendo provocar síncope cardíaca.




Uma substância inalante é toda aquela que pode ser introduzida no organismo através da aspiração pelo nariz ou pela boca. Já um solvente é uma substância capaz de dissolver outros materiais, sendo que a maioria deles pode ser inalado.Os solventes praticamente só agem a nível do sistema nervoso central, no cérebro. Entretanto, eles são capazes de tornar o coração mais sensível a adrenalina causando como conseqüência uma aceleração dos batimentos cardíacos (taquicardia).Os solventes mais consumidos no Brasil são: o "lança-perfume", a acetona, a gasolina, o esmalte e a cola de sapateiro.O lança-perfume é uma combinação de éter, clorofórmio, cloreto de etila e uma essência perfumada. É industrializado, sendo embalado sob pressão dentro de tubos, onde tem a forma de um líquido. Em contato com o ar ambiente, é rapidamente evaporado.O lança perfume é considerado uma droga manufaturada com solventes químicos, sendo capaz de acelerar a freqüência cardíaca até 180 batimentos por minuto (normal - ao redor de 70 a 80 batimentos por minuto), provocando parada cardíaca e muitas vezes a morte; leva ainda à destruição das células do cérebro (os neurônios), que não se recompõem.No passado, o uso do lança-perfume foi comum no Brasil, principalmente no Carnaval. Era embalado em frascos de metal dourados. Uma brincadeira comum era esguichar o produto nos outros foliões, causando uma sensação "fria", agradável e perfumada.Estas brincadeiras foram, entretanto, dando lugar ao uso do lança-perfume como droga inalante: as pessoas molhavam lenços com o líquido e o aspiravam, com uma sensação obtida de euforia e entorpecimento.Após vários casos de morte por parada cardíaca, o lança perfume acabou por ser proibido no Brasil, na década de sessenta.Entretanto, é ainda uma droga encontrada com uma certa facilidade no período de Carnaval, pois sua produção é livre na Argentina, sendo contrabandeada de lá e também do Paraguai.IntoxicaçãoO início dos efeitos, após a aspiração, é bastante rápido – de segundos a minutos no máximo – e desaparecem rapidamente, em 15 a 40 minutos. O usuário, assim, acaba por repetir várias vezes as aspirações.A maioria dos usuários relata um quadro de desinibição, falsas percepções ou ilusões, pensamento confuso, sonolência e, ocasionalmente, amnésia. Podem haver ainda: irritação dos olhos, sensibilidade à luz, diplopia (visão dupla), zumbidos, náuseas, nistagmo (movimentos dos olhos), retardo psicomotor, tremor, convulsões, estupor e coma.O quadro, usualmente, é de curta duração. Algumas vezes o paciente pode tornar-se ansioso e violento, necessitando uma abordagem medicamentosa com um benzodiazepínico ou antipsicórtico.Eventualmente, podem haver depressão respiratória e arritmias cardíacas, com risco de morte súbita. As medidas são apenas de suporte, através do controle das arritmias e das complicações respiratórias.Quando em coma, o paciente deve ser tratado em Unidade de Terapia Intensiva.




Fonte: Cirurgia de Urgência - Vol. II - 2ª Ed. - 1994.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Atenção

Aula Hipertensâo Arterial Quarta- feira às 20 hrs Para a sala toda, principalmente internos Clínica Médica.

Maiores informações falar c/ Talita.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

sábado, 14 de fevereiro de 2009

De Cada Canto do país....Uns ainda com 18 outros..... è Turma 3!!!!!!!!!!!!!!














































VHS- Conceitos importantes

Ricardo Rocha Bastos
Do que se trata?
A velocidade de hemo-sedimentação (VHS) corresponde à altura da coluna que se sedimenta (composta fundamentalmente por eritrócitos) quando o sangue total venoso, anticoagulado, é deixado em repouso, num tubo graduado. Variações no tamanho dos tubos e no tipo de anticoagulante usado diferenciam os dois principais métodos: Westergren e Wintrobe. Se, após 1 hora em repouso, a altura do sedimento é medida em 10 mm, por exemplo, a VHS é fornecida assim: VHS (primeira hora): 10 mm.
Embora alguns laboratórios forneçam os resultados de VHS também para meia hora e 2 horas, não há qualquer evidência de que tais resultados tenham algum significado. Ainda, alguns laboratórios fornecem um índice de Katz, também desprovido de significado. Toda nossa discussão se refere à VHS na primeira hora, portanto.
Quais os valores de referência?
Uma fonte permanente de dúvidas (principalmente para os pacientes) são os valores de referência fornecidos pelos laboratórios. Na grande maioria das vezes eles são inadequados por não levarem em conta dois fatos básicos:
VHS varia com o sexo (mulheres têm VHS mais acelerada que homens);
VHS acelera fisiologicamente com o passar da idade.
Assim, é sugerido o uso das seguintes fórmulas para cálculo dos valores de referência (valores máximos):
VHS de um homem é normal até: idade/2
VHS de uma mulher é normal até: (idade + 10)/2
Portanto, uma VHS de 40 mm que está acelerada para uma mulher de 20 anos, está normal para uma de 80 anos. Só há interesse em uma VHS acelerada. Não existe qualquer evidência científica sobre o valor diagnóstico de uma VHS baixa.
Quais os fatores que influenciam os resultados da VHS?
Alguns fatores bem definidos afetam a VHS de maneira previsível. Embora não existam fórmulas de correção, o conhecimento desses fatores ajuda a interpretação do médico (tabela 1).


Tabela 1. Fatores que aceleram ou reduzem a VHS
Aceleram
Reduzem
anemia
gravidez: acelera a VHS gradualmente, podendo ser alcançado um nível de até 70 mm/h após 20 semanas de gestação
macrocitose
contaceptivos orais
heparina
poliglobulia
insuficiência cardíaca congestiva
microcitose
poiquilocitose
antiinflamatórios não esteroidais em altas doses
corticóides
armazenamento do sangue por mais de duas horas
Observe que se trata de influências, nunca a VHS sendo usada para diagnosticar algumas dessas condições. Mas, por outro lado, uma VHS de 30 mm, num homem de 60 anos com insuficiência cardíaca, está acelerada.
Por que a VHS se acelera?
A VHS depende das interações elétricas entre as hemácias o que, por sua vez, depende da composição protéica do plasma. Alterações nesta composição (principalmente a concentração de fibrinogênio) vão se refletir na VHS. Portanto, podemos compreender a VHS como um reflexo indireto das alterações da composição protéica do plasma. Como as proteínas plasmáticas alteram-se de uma maneira quase infinita na presença das mais diversas doenças, a VHS sofre também infinitas influências, o que levou à sua queda de popularidade (por ser muito inespecífica, portanto). Entretanto, a VHS tem custo baixíssimo e, se usada num contexto clínico definido, pode ser extremamente informativa. Como o método clínico não vem sendo muito cultivado, os contextos clínicos são cada vez mais nebulosos. É natural então que se tenha desenvolvido uma descrença neste exame.
Uma VHS acelerada, entretanto, significa que algo está errado (assim como uma temperatura axilar elevada ou um pulso arterial acelerado), embora não seja específica de qualquer condição em particular. O que proponho é o uso inteligente da VHS, em contextos em que seu resultado pode ser decisivo para definição do próximo passo. Os exemplos seguintes vão ilustrar como a VHS é um importante auxiliar da arte médica.
A pessoa com dores
Toda pessoa com mais de 50 anos que se consulta com dores pelo corpo, principalmente acometendo as cinturas escapular e pélvica, necessita de VHS. A aceleração da mesma (acima de 40 mm/h) aponta fortemente para polimialgia reumática (PMR), uma condição possivelmente vasculítica que responde muito bem a corticóides em baixas doses. O diagnóstico de PMR obriga a uma abordagem abrangente, uma vez que esta condição pode ser paraneoplásica (embora na maioria das vezes não seja).
A pessoa com cefaléia nova
Toda pessoa com mais de 50 anos e uma nova cefaléia, principalmente sobre a região temporal, mais ainda se associada a claudicação mandibular (dor que se desenvolve à medida que se progride na refeição e que passa quando se interrompe a mastigação), deve ter VHS medida. Sua aceleração (acima de 50 mm/h), neste contexto, aponta fortemente para arterite de células gigantes, a vasculite mais freqüente nesta faixa etária. Mais ainda, uma VHS normal é o exame com maior valor preditivo negativo para esta condição (ou seja, ajuda muito a afastar o diagnóstico). Diagnosticar esta condição é importante, porque os pacientes assim afetados têm risco maior de AVE e episódios de isquemia oftálmica (às vezes com perda da visão). A resposta aos corticóides é muito boa.
A pessoa diagnosticada com aneurisma de aorta
Quando alguém apresenta um aneurisma de aorta, geralmente se pensa em doença aterosclerótica ou doenças estruturais primitivas dos tecidos de sustentação (como o complexo de Marfan). Entretanto, estudos mostraram a incidência aumentada de aneurismas de aorta em pessoas com arterite de células gigantes. Novamente a VHS pode ser decisiva.
A pessoa com anemia normocítica normocrômica
Quando alguém com mais de 50 anos nos procura e fazemos um diagnóstico de anemia normocítica normocrômica, afastada hemólise, geralmente raciocinamos com: insuficiência renal (resolvemos a dúvida com creatinina sérica), aplasia medular (resolvemos a dúvida com as séries granulocítica e megacariocítica do hemograma) e doença crônica (muitas vezes não resolvemos a dúvida). É aí que entra a VHS. Uma pessoa com mais de 50 anos com anemia normocítica normocrômica, em quem as causas óbvias foram afastadas, uma VHS acelerada aponta para a possibilidade de uma gamopatia monoclonal (o mieloma múltiplo é o diagnóstico mais falado dentre as gamopatias monoclonais). Uma eletroforese de proteínas plasmáticas em busca de um pico monoclonal é o próximo passo aqui. Em pessoas com menos de 50 anos, uma anemia normocítica normocrômica com VHS acelerada obriga a uma busca detalhada por uma doença crônica (infecciosa, neoplásica, auto-imune e inflamatória, principalmente).
A pessoa com anemia microcítica hipocrômica
A maioria das pessoas com este padrão de anemia terá uma situação ferropriva. Entretanto, até 20% dos indivíduos com doença crônica que desenvolvem anemia terão anemia microcítica hipocrômica (em vez de normocítica normocrômica). VHS acelerada, na presença de anemia microcítica hipocrômica, nos obriga à consideração de uma doença crônica (isolada ou associada a uma situação ferropriva).
A pessoa com dor de garganta
Pessoas com dor de garganta consultam a todo momento. O diagnóstico é óbvio quase sempre. Refiro-me aqui, entretanto, a uma pessoa com dor de garganta em que o exame da orofaringe nada revela e a palpação da loja tireoidiana (na face anterior do pescoço, abaixo da cartilagem cricóide) desperta dor. Principalmente se houver um bócio (ainda que discreto) e taquicardia, a VHS se impõe. Se acelerada, neste contexto, temos o diagnóstico de tireoidite subaguda de de Quervain. Esta situação responde muito bem a antiinflamatórios (raramente necessita de corticóides) e, eventualmente, requer betabloqueadores (para controlar o hipertireoidismo transitório).
A pessoa que pode ter uma condição inflamatória
Às vezes somos consultados por pessoas com queixas articulares (mas em que não conseguimos definir com clareza a existência de artrite), ou queixas sobre o ritmo intestinal (mas em que não temos certeza sobre a conclusão de síndrome do intestino irritável), ou ainda a mulher com dores pelo corpo e talvez febre (em que estamos em dúvida entre uma doença auto-imune inicial ou a síndrome da fadiga crônica). Em todas essas situações, uma VHS acelerada obriga à continuidade das investigações (para artrite reumatóide, doença intestinal inflamatória crônica e lúpus, respectivamente). Nessas situações, em particular, a VHS pode auxiliar (se acelerada, não hesite em continuar suas investigações), mas sempre lembrando que tem baixa sensibilidade (uma pessoa com artrite reumatóide, doença intestinal inflamatória crônica, e lúpus pode ter VHS normal). A PCR quantitativa tem melhor sensibilidade aqui.
A pessoa com sopro cardíaco
A presença de VHS acelerada obriga a descartar uma endocardite infecciosa ou um mixoma.

Leitura recomendada
JAMA 2002;287:92-101. Revisão genial sobre arterite de células gigantes e o papel da VHS em seu diagnóstico.
JAMA 2001;287:98. Releitura da regra de Miller, Gree e Robison para calcular os valores de referência para VHS.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Comunicado!

Pessoal segunda- feira será feita reunião com os coordenadores dos estagio , coordenador do internato , coordenação geral Medicina e os representantes das 3 turmas.

Peço aos alunos que me enviem sugestões e/ou reclamações referentes aos seus respectivos estágios para que eu coloque em pauta na reunião.

OBS: lembrando que para que o curso tenha qualidade precisamos ter senso critico, portanto são poucas as chances de falar, esta e uma oportunidade!!


wes.med2010@hotmail.com

Wesley

Jornal Brasileiro Pneumologia

Manifestações respiratórias e doenças esofágicas
Respiratory manifestations and esophageal diseases



Autor(es): Elie Fiss






Das doenças esofágicas relacionadas às manifestações respiratórias, a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é, sem dúvida, a que mais se apresenta no nosso cotidiano.A DRGE pode estar associada à asma e à fibrose pulmonar. Além disso, a sintomatologia de tosse crônica é uma das suas mais freqüentes manifestações clínicas e, conseqüentemente, este é um dos principais sintomas que levam um paciente à procura de uma consulta médica.(1)Alguns autores relataram a elevada incidência de sintomas digestivos, tais como pirose, disfagia, engasgos e regurgitação, em pacientes asmáticos. Estes sintomas variam entre 24% a 89%, dependendo do estudo.(2-8) O contrário também é válido, pois há pacientes com doença esofágica cuja única manifestação clinica é respiratória, o que passa a ser um problema na investigação diagnóstica, especialmente para o pneumologista.Para alguns autores, até 30% dos pacientes com tosse crônica desencadeada por DRGE podem apresentar a tosse como a única manifestação clinica da doença esofágica.A associação entre asma e DRGE tem sido muito estudada, e alguns mecanismos são sugeridos para explicar esta relação.(2-8) Microaspiração de suco gástrico e reflexo esôfago-brônquico, provavelmente com mediação vagal, são os mais citados pela literatura quanto às manifestações respiratórias.(3-6) A instilação de acido clorídrico (0,1 N) no esôfago distal desencadeou uma redução do volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1) maior que 20% em alguns pacientes asmáticos.(3) Em outros estudos, a instilação de soro fisiológico e a própria sondagem esofágica foram capazes de desencadear uma redução de VEF1, mas sempre menor que a causada pelo ácido clorídrico.(6) A presença de refluxo gastroesofágico (RGE) proximal foi muito associada à dor torácica, ao passo que a presença de RGE distal foi associada à tosse crônica.(3)Por outro lado, a própria asma pode desencadear uma disfunção vagal, além de alterar as pressões do gradiente tóraco-abdominal, favorecendo o aparecimento de hérnia hiatal e RGE. Além disso, o uso prolongado de broncodilatadores resulta em uma redução da pressão do esfíncter inferior do esôfago, e os corticóides podem aumentar o tempo de exposição ácida do esôfago. O resultado final desta relação é o aumento da hiper-reatividade brônquica em indivíduos com DRGE, provavelmente pela liberação de peptídeos inflamatórios ou por reflexo vagal. Em um estudo anterior, pudemos mostrar exatamente a hiper-reatividade brônquica em pacientes com DRGE sem doença pulmonar associada.(4)
Apesar de todos os estudos já publicados, ainda existem muitas controvérsias sobre os mecanismos que fazem com que manifestações respiratórias tenham origem em doenças esofágicas e vice-versa, se o tratamento das doenças esofágicas pode controlar as doenças respiratórias e, em caso afirmativo, de que maneira.Em estudos nos quais realizou-se o tratamento clínico ou cirúrgico da DRGE, obteve-se melhora de cerca de 70% dos sintomas de asma, com redução dos medicamentos; houve também melhora da função pulmonar, mas em menor escala (25%). Em contrapartida, outros autores não acharam benefícios consistentes na asma tratada com a associação de medicamentos para DRGE.(8)Como podemos ver, ainda são necessários muitos estudos, talvez com maior casuística ou maior acompanhamento das terapias aplicadas. Para aumentar ainda mais o campo da pesquisa da associação entre RGE e doenças respiratórias, não podemos esquecer a síndrome da apnéia do sono, cuja relação já tem sido estudada por diversos autores, e a doença pulmonar obstrutiva crônica, que nos preocupa cada vez mais pela sua incidência e prevalência, e que ocorre em um número elevado de pacientes portadores de DRGE.(7)Diante do exposto, qual seria a relação entre estas doenças, de causa e conseqüência ou seriam doenças coexistentes? Provavelmente as duas respostas estão corretas dependendo da variabilidade individual.O pneumologista deve, em minha opinião, em algum momento investigar a presença de doenças esofágicas nos pacientes com manifestações respiratórias, independentemente da presença ou não de sintomas digestivos.Na rotina, sem dúvida nenhuma, o exame subsidiário mais solicitado com esta finalidade é a endoscopia digestiva, provavelmente pela facilidade de acesso, mas devemos saber que é um método que tem limitações para o diagnóstico da DRGE.(5) A pHmetria esofágica de 24 h e, mais recentemente, a impedanciometria seguem sendo o padrão ouro para o diagnóstico de DRGE. Entretanto, elas também sofrem críticas quanto a sua interpretação, tais como a modificação do hábito alimentar durante a realização do exame, o não reconhecimento do refluxo básico pela pHmetria e principalmente a falta de acesso para sua execução em todos os centros.Na presente edição do Jornal Brasileiro de Pneumologia, há um estudo de Machado et al. que mostra exatamente esta associação entre os dois sistemas.(9) Foram 1.170 pacientes com manifestações respiratórias avaliados através de pHmetria de 24 h e esofagomanometria. O estudo mostrou exatamente a necessidade da avaliação independentemente dos sintomas, uma vez que, por exemplo, 35,2% dos pacientes asmáticos com RGE patológico não apresentavam nenhuma manifestação digestiva.A DRGE esteve presente entre 39% e 44% dos pacientes, dependendo da doença respiratória, com especial destaque para a asma e sua associaçãocom a hipotonia do esfíncter inferior do esôfago. Os autores sugerem, como conclusão, que a DRGE pode ser considerada uma causa extrapulmonar desintomas respiratórios crônicos.Muitos são ainda os pontos a serem elucidados em relação às doenças respiratórias e as doenças esofágicas: mecanismos fisiopatológicos; métodos diagnósticos e seus parâmetros de normalidade; identificação dos pacientes que se beneficiam do tratamento duplo e qual motivo os diferenciam; e melhores opções terapêuticas e quando indicá-las. Usei principalmente referências do nosso Jornal Brasileiro de Pneumologia, pois aos poucos estamos construindo um grande conhecimento sobre este assunto, com indiscutível qualidade técnica. Tudo isso em função dos melhores resultados para nossos pacientes.
Elie Fiss Professor Titular de Pneumologia da Faculdade de Medicina do ABC ‑ FMABC ‑ Santo André, São PauloReferências1. Gurski RR, Rosa AR, Valle E, Borba MA, Valiati AA. Extraesophageal manifestations of gastroesophageal reflux disease. J Bras Pneumol. 2006;32(2):150-60.2. Araujo AC, Ferraz E, Borges MC, Terra-Filho J, Vianna EO. Investigation of factors associated with difficult-to-control asthma. J Bras Pneumol. 2007;33(5):495-501.3. Fiss E. Estudo do reflexo esôfago brônquico em pacientes asmáticos [doctoral thesis]. São Paulo: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo; 1993.4. Lapa MS, Rodrigues R, Fiss, E. Bronchial hyperreactivity in patients with gastroesophageal reflux disease. J Bras Pneumol. 2007;31(4):286-91.5. Moraes Filho JPP, Rodrigues TM, Fiss, E. Asma e refluxo gastroesofágico. ABCD. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva. 1992;7(p. supl 1).6. Araújo AC, Aprile LR, Terra-Filho J, Dantas RO, Martins MA, Vianna EO. The effect of esophageal acidification on bronchial obstruction in individuals with asthma with gastroesophageal reflux. J Bras Pneumol. 2005;31(5):13-9.7. Fortunato GA, Machado MM, Andrade CF, Felicetti C, Camargo JJ, Cardoso PF. Prevalence of gastroesophageal reflux in lung transplant candidates with advanced lung disease. J Bras Pneumol. 2008;34(10):772-8.8. Martins, MA. Asthma and gastroesophageal reflux disease. J Bras Pneumol. 2007;33(2):xi-xii.9. Machado MM, Cardoso PF, Ribeiro IO, Zamin I Jr, Eilers RJ. Esophageal manometry and 24-h esophageal pH-metry in patients with respiratory symptoms. J Bras Pneumol. 2008;34(12):1040-8.