quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Histoplasma capsulatum Lesão provocada pelo fungo Histoplasma capsulatum

H.capsulatum é o nome da forma unicelular,ou levedura de reprodução assexuada do fungo dimórfico cuja forma multicelular sexuada se denomina Emmonsiella capsulata (antigo Ajellomyces capsulatus:é comum os fungos terem dois nomes mesmo tratando-se da mesma espécie definida biológicamente pois os antigos taxonomistas não o sabiam). A espécie sexuada multicelular é um ascomicota que gosta de solos com alto teor de nitrogénio como os das cavernas de morcegos, ou zonas de cidades com alto número de pombos, ou galinheiros.

Estes fungos vivem na natureza de forma livre (alimentando-se de detritos orgânicos) e a infecção humana acontece após inalação dos seus esporos. No ser humano o fungo adopta uma forma de levedura com 3 micrómetros, reproduzindo-se por geminação (uma forma de divisão celular assimétrica comum nos fungos). Apesar do seu nome, o histoplasma não é capsulado, só que com métodos tradicionais de coloração como a técnica de Gram, os seus lípidos membranares repelem o corante dando a aparência de uma camada capsular.

Em cultura a levedura tranforma-se e cresce com formação de hifas.

 Epidemiologia


O histoplasma existe naturalmente na natureza nos estados do Rio Mississipi nos EUA, na América do Sul, incluindo Brasil; na Indonésia e em África. são raros na Europa.

A transmissão é pela inalação de esporos nas zonas selvagens onde as formas sexuadas dos fungos existem.

 Progressão e Sintomas


Os esporos são absorvidos para os pulmões que apresentam características óptimas de humidade e temperatura para desabrocharem gerando formas de levedura. As leveduras são fagocitadas pelos macrófagos ou neutrófilos que são células muito maiores, no interior dos quais sobrevivem e multiplicam-se. A grande maioria (mais de 9/10) das infecções são assintomáticas e não causam problemas. Sintomas da infecção pulmonar são os típicos de pneumonia, com febre, tosse com expectoração e tremores.

O sistema imunitário lida com a invasão pela formação de granulomas (como faz para todos os parasitas intracelulares), que impedem a disseminação da levedura mas também são destrutivos por si mesmos. Mais de 99% das infecções não é progressiva. No entanto em individuos imunodeprimidos (como os doentes com SIDA/AIDS ou com idade avançada), as leveduras disseminam-se dentro dos macrófagos, e pode haver adenopatias e infecções do fígado e baço. Nestes casos, pode surgir doença crónica com febre, suores e mal estar, ou se a imunodepressão for maior, progressão rápida e fatal.

Em pacientes com doença pulmonar crônica obstrutiva pode ocorrer pneumonia crônica semelhante à da tuberculose.

 Diagnóstico e Tratamento


O diagnóstico é feito pela observação microscópica de amostras de expectoração ou biópsia, identificando as leveduras dentro dos fagócitos (preferencialmente corados pelo método de Grocott-Gomori). A cultura microbiana, sorologia e radiografia do tórax são também úteis para o estabelecimento do diagnóstico.

O tratamento é realizado com medicamentos antifúngicos, como: anfotericina B, cetoconazol, fluconazol ou itraconazol.

Referências


  * NEVILLE , B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A., 1998

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