Estes fungos vivem na natureza de forma livre (alimentando-se de detritos orgânicos) e a infecção humana acontece após inalação dos seus esporos. No ser humano o fungo adopta uma forma de levedura com 3 micrómetros, reproduzindo-se por geminação (uma forma de divisão celular assimétrica comum nos fungos). Apesar do seu nome, o histoplasma não é capsulado, só que com métodos tradicionais de coloração como a técnica de Gram, os seus lípidos membranares repelem o corante dando a aparência de uma camada capsular.
Em cultura a levedura tranforma-se e cresce com formação de hifas.
Epidemiologia
O histoplasma existe naturalmente na natureza nos estados do Rio Mississipi nos EUA, na América do Sul, incluindo Brasil; na Indonésia e em África. são raros na Europa.
A transmissão é pela inalação de esporos nas zonas selvagens onde as formas sexuadas dos fungos existem.
Progressão e Sintomas
Os esporos são absorvidos para os pulmões que apresentam características óptimas de humidade e temperatura para desabrocharem gerando formas de levedura. As leveduras são fagocitadas pelos macrófagos ou neutrófilos que são células muito maiores, no interior dos quais sobrevivem e multiplicam-se. A grande maioria (mais de 9/10) das infecções são assintomáticas e não causam problemas. Sintomas da infecção pulmonar são os típicos de pneumonia, com febre, tosse com expectoração e tremores.
O sistema imunitário lida com a invasão pela formação de granulomas (como faz para todos os parasitas intracelulares), que impedem a disseminação da levedura mas também são destrutivos por si mesmos. Mais de 99% das infecções não é progressiva. No entanto em individuos imunodeprimidos (como os doentes com SIDA/AIDS ou com idade avançada), as leveduras disseminam-se dentro dos macrófagos, e pode haver adenopatias e infecções do fígado e baço. Nestes casos, pode surgir doença crónica com febre, suores e mal estar, ou se a imunodepressão for maior, progressão rápida e fatal.
Em pacientes com doença pulmonar crônica obstrutiva pode ocorrer pneumonia crônica semelhante à da tuberculose.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico é feito pela observação microscópica de amostras de expectoração ou biópsia, identificando as leveduras dentro dos fagócitos (preferencialmente corados pelo método de Grocott-Gomori). A cultura microbiana, sorologia e radiografia do tórax são também úteis para o estabelecimento do diagnóstico.
O tratamento é realizado com medicamentos antifúngicos, como: anfotericina B, cetoconazol, fluconazol ou itraconazol.
Referências
* NEVILLE , B. W. et al. Patologia oral e maxilofacial. 1. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A., 1998
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