quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Doença renal nova epidemia




 

A Sociedade Brasileira de Nefrologia realiza em Curitiba de 13 a 17 de Setembro de 2008 o Congresso Nacional da especialidade. Nos últimos anos, a incidência de doenças renais crônicas tem aumentado no mundo. De acordo com o último censo realizado pela Sociedade Brasileira de Nefrologia mais de dois milhões de brasileiros sofrem com algum estágio da insuficiência renal. Essa doença será a epidemia desse século.
A insuficiência renal crônica é a perda lenta e progressiva das funções renais. Os primeiros sintomas perceptíveis são inchaços dos olhos, pés e pernas, mal estar, alterações na urina e fraqueza, o que pode estar relacionado à anemia. Além disso, diabetes e hipertensão ,figuram como as principais causas dos problemas nos rins.
Uma das principais complicações da doença renal crônica é a anemia renal. Quando é constatada a falência dos rins, os pacientes não conseguem secretar eritropoietina, hormônio produzido pelos rins que estimulam a fabricação de glóbulos vermelhos na medula óssea. Sendo assim, eles desenvolvem anemia renal, diagnosticada através do exame que mede os níveis de glóbulos vermelhos. A anemia pode acometer os pacientes com doença renal cronica já nos estágios iniciais, estando cada vez mais presente à medida que ocorre perda progressiva das funções renais.
A doença renal crônica é muito mais comum do que se imagina e não costuma apresentar sintomas nos estágios iniciais. Embora incomum nos estágios iniciais, a anemia relacionada à doença renal crônica aparece em virtualmente todos os pacientes com doença mais avançada. No Brasil, 70 mil pessoas têm doença renal em estágio avançado e, conseqüentemente, sofrem de anemia .A doença renal crônica contribui para o aparecimento ou a piora das doenças cardiovasculares. Nestes pacientes a anemia é um dos problemas mais sérios.
D Zeeuw clinico geral da Universidade de Groningen, Holanda afirma apesar do controle dos fatores de risco das doenças cardiovasculares as estatísticas tem demonstrado que continua altos os índices de mortalidade em todos os paises do mundo. Sugere que se preste mais atenção aos fatores renais desses pacientes, tais como baixo índice de filtração glomerular, albuminúria ou anemia. Esses fatores de risco podem estar aumentados na população antes de surgirem as doenças cardiovasculares, o que evidentemente complica e pioram o prognostico. Cita que 10-11% da população em geral tem baixo índice de filtração glomerular, 5-7% tem excreção de albumina aumentada e 5-10% tem anemia. O tratamento de cada um desses fatores reduz o risco de morte cardiovascular de forma independente agindo na disfunção renal O autor advoga que ação preventiva das doenças cardiovasculares deve ser o sistema renina-angiotensina-aldosterona que age sobre a albuminuria,( albumina da urina) reduzindo o risco cardiovascular e renal .

 

Fonte :: Nat Clin Pract Cardiovasc Med. 2008 Jul;5 Suppl 1:S27-35

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